janeiro 31, 2008

Inverno em pleno verão


Já que o tema do dia são as mudanças, não custa dizer que hoje o tempo mudou. Quer dizer, começou de madrugada, ontem, a chuva veio forte e firme e ficou.


Amanheceu chovendo, e choveu ao longo do dia todo. Mais perto do fim da tarde é que as nuvens deram uma folga, mas deixaram espaço para um sol fraco, já murcho pelo andar das horas, e o frio se instalou.


Mas assim, frio mesmo. De sentir os dedos gelados e ter vontade de tomar sopa.


Esquisito. Mas como não mais pra confiar no tempo (culpa do aquecimento global, e ainda tem gente que não "acredita" nisso, como se fosse religião, ou uma questão de fé, hmpf), não estranharia se essa onda de frio persistisse e deixasse margem para a possibilidade de uma nevezinha, mesmo que pequena. Apenas para refrescar.


E não, não reclamaria de todo se o inverno decidisse se instalar oficialmente aqui no RS para todo o sempre (como a Polar, adotando um selo de "no export - no sai daqui"), e que os residentes que sentissem necessidade de sol ou saudade do calor seriam obrigados a peregrinar para fora do Estado.

(Se a Sundown pode patrocinar o Sol, bem que o Natal Luz de Gramado, com o apoio do Estado do Rio Grande do Sul, podia patrocinar o Inverno. Ao menos nevaria de verdade e o frio estaria garantido, como elenco fixo do evento, feito trio elétrico para o carnaval.)

janeiro 30, 2008

Hermetismos

Ando muito hermética, é fato. Mas é assim mesmo, de tempos em tempos tudo se mistura, mas não se homogeneiza, como uma massa embolotada.

E também isso é parte do processo, avaliar a massa, dosar as quantidades, colocar a manteiga e o açúcar e o chocolate e mexer lentamente, sobre calor constante - nem tão quente que tudo queime, nem tão frio que não sirva para fazer funcionar, numa temperatura tão adequada quanto um abraço - e observar como tudo vai aos poucos deixando de ser manteiga e açúcar e chocolate para tornar-se calda, uma calda espessa e escura, e ainda assim não ser exatamente o que se deseja, porque daí é preciso adicionar também a farinha, e diminiur o calor para que ela não embolote, e continuar mexendo constantemente, nem muito vigoroso para agitar ainda mais as moléculas do fermento e causar um crescimento precoce (o que pode pôr tudo a perder) e nem tão delicadamente que não provoque a mistura desejada. E depois, ainda se coloca tudo em forminhas, e dentro do calor hermético do forno, provoca-se a transformação.

O que se observa, ao final do processo, é que a farinha e o fermento alquimisticamente (ou, em outro significado, só para ser um tantinho repetitiva, hermeticamente), adicionado o calor intenso do fogo, incitam o chocolate e a manteiga e o açúcar a abrirem mão de suas existências sem abdicarem de suas essências e tem-se um delicioso petit-gateau. Que, ainda assim, não é uma coisa só, mas uma sobremesa em transformação, pois aparentemente é um bolinho com a casca torradinha mas, ao se quebrar a casca, tem-se um delicioso creme, que acaricia a língua e aquece por dentro, acabando por transformar também quem prova.

O hermetismo deixa de ser misterioso e confuso, passa por alguns momentos de alquimia e transformação e pode encerrar-se em si mesmo, num ente perfeito, arrendondado, sem início e sem fim. Como é sem início e sem fim todas as transformações por que tem que passar uma pessoa.

Neste momento o meu hermetismo quer dizer confusão mesmo, afinal ainda estou na fase de montar os ingredientes, ainda não acertei a água do banho-maria para derreter o chocolate, mas estou tentando, provando outras formas, transmutando os elementos dentro de mim para chegar ao ponto certo da calda. Assim a minha casca por fora serve pra proteger o cremoso recheio - o chocolate! - da minha vida, que só se abre e é oferecido a que realmente merece.

Ainda não cheguei de todo ao ponto da hermética do forno, ou, pior, já estou lá e ainda não notei. Tudo bem. Se estou lá é porque estou transmutando, combinando todos os elementos de mim até chegar no ouro. Ou melhor, na calda de chocolate, antes que eu me perca na própria imagem que criei e acabe sendo ainda mais hermética do que planejava.

janeiro 29, 2008

Aforismos e outras sentenças



A mentira é como um gato que brinca de esconde-esconde.


Quanto mais o gatinho se envolve com a idéia do esconderijo, mais seguro ele acha que está, até o ponto de se assumir invisível. É nesse momento de felicidade, de pensar, oba, meu plano está dando certo, que o rabinho começa a abanar e a entregar o jogo. Aí toda a armação e entusiasmo se perde.


Enquanto a mentira é o gato que brinca de esconde-esconde, o rabo é a verdade. Mais cedo ou mais tarde ele abana, e entrega tudo.

(e quando não é o rabo, é a patinha!)

Eu amo gatinhos! Principalmente os de verdade, mas os aforísticos me divertem tanto!!

janeiro 28, 2008

A vida é divertida!


Sim, muito.
Ao menos pra mim!

(This little light of mine, I'm gonna let it shine,

All down the road, let it shine, let it shine, let it shine!)

janeiro 26, 2008

You can run...

Acho graça das pilhérias que as pessoas fazem publicamente, em seus blogs, fotologs, perfis em orkuts e afins, reclamando das invasões à sua privacidade. Suposta privacidade, uma vez que são elas próprias, essas pessoas tão ciosas de suas vidas, que se expõem, que se abrem, que se explicam, que contam, que revelam, e que inclusive se linkam, como se dissessem, olhe, tenho a intenção de parecer um mistério, um desafio, mas siga-me* os passos, e será fácil, não sou uma pessoa tão complicada e profunda assim.

But you can't hide!
Há sempre um meio de se descobrir. E, já que é janeiro e estamos em época de BBBs e todas as referências, há sempre um par de olhos que não se fecham, que não se cansam, que tudo observam.
(Isso, além de muito 1984, me lembra bastante o The Great Gatsby, quando a Daisy Buchanan/Mia Farrow fala dos grandes olhos que a perseguem pela estrada. Ótimo livro, ótimo filme.)
E por falar nisso, estou muito contente de ter me desligado do BBB8. Nas últimas edições, assistia (mesmo tendo plena consciência da perda de tempo) e torcia. Não, não chegava ao extremo de acessar sites e votar nem nada. Mas torcia, ferrenhamente torcia e me deixava envolver pelas pseudo-histórias e pseudo-tramas desenvolvidas ao longo do programa. Aí, passou. Não me entretem mais, não me interessa mais.
Isso, e o fato de ter brinquedos novos pra passar o tempo. Isso, e a urgência de outras coisas pra se fazer. Nada de muito grave, mas nada tão ínfimo que possa ser trocado por um programa de televisão que possa me fazer trocar horas e minutos úteis por quase nada.
E como eu tenho noção de que o mundo sabe de mim o que eu permito que ele saiba, que jamais poderia me encontrar confinada por meses, com umas pessoas estranhas (sendo que algumas delas deverias estar sob cuidados médicos, devidamente medicadas e controladas) e que, dado isso, seria extremamente incoerente da minha parte despejar tudo de mim num blog, num fotolog, num flickr, num link qualquer encontrável na mais simples pesquisa do Google** (que, esse sim, tem milhares e milhares de olhos e ouvidos e acaba por tudo saber, tudo ver, tudo entender e tudo compartilhar), sigo sendo eu mesma, e revelando-me apenas na vida real, aos que existem para mim na vida real, aos que eu posso abraçar, e ver, e encontrar e, acima de tudo, aprender a confiar.
Até porque de exposição, não há exposição maior do que escrever e publicar.
* Notaram o aportuguesamento da fala? Eça de Queiroz puro, e sua avassaladora influência.
** Desafio meme que a Bia me propôs e que eu topei, só para ter a certeza de que, das respostas, nenhuma das tantas primeiras se refere a mim.

janeiro 24, 2008

Agora sendo um pouquinho fútil

Gente, que divertido!

Se mais fútil eu fosse, colaboradora constante seria. Certamente.

Mas uma vez que dândi não sou, e trabalhar preciso, aproveito os pequenos momentos de folga pra rir sozinha, pela madrugada afora.

Certamente vocês já conhecem, o TDUD, abreviação temdemcia e féxion de TeDouUmDado?, mas não custa linkar.

Pra mim, uma das mais engraçadas (além da hilariante cobertura do casamento da Simony, com as declarações exclusivas de Celso Russomano*, claro) é a que mostra, em imagens de instantânea compreensão, a diferença entre a democracia da França e do Brasil .

Eu recomendo!





* Jamais poderia ter cogitado que um dia citaria Celso Russomano, no meu blog, ou em qualquer outro contexto. Aliás, se tivesse apostado, agora perdido teria. And, by-the-way, quem mesmo?

A diferença entre dizer e querer dizer

Ok, quem me conhece um tantinho mais acaba descobrindo uma faceta das mais bizarras da minha personalidade, que é ser totalmente inapta a falar sobre sentimentos, especificamente sobre o que eu sinto, e, afunilando ainda mais o assunto, sobre o que eu sinto pelas pessoas que eu gosto. Meaning, que encontro sérias e absurdas dificuldades de dizer o quanto eu gosto das pessoas. Ao menos assim, com essas palavras, tão simples, tão diretas e tão completas de conteúdo.

Reparei nisso hoje, ao me despedir da Pati, que amanhã retorna para a jungle city onde habita e trabalha, perdida lá no meio da selva amazônica (não, não é força de expressão. Ela contou que caminha um quilômetro para chegar no pier do Rio Solimões, onde entra numa embarcação para, depois de trinta minutos navegando, chega a Coari, que é a cidadela onde ela entra num avião para sobrevoar por uns quarenta minutos sobre a floresta até chegar a Manaus, onde às vezes fica num hotel para pegar o avião no dia seguinte para ir até São Paulo, ou Brasília, para daí então, depois de algumas outras horas de vôo, chegar aqui em Porto Alegre. Ufa, eu cansei só de contar, imagina passar por tudo isso!), que em vez de dizer o quanto ela é importante e o quanto eu sinto falta de poder encontrar com ela toda a semana, apenas disse " vê se te cuida, tá", do jeito tipicamente mandão que eu assumo nessas situações. "E vê se dá notícia.", pra completar. Silly me.

Que burra que eu sou, sabe, totalmente não domesticada para essas situações. E é pior, porque é com todo mundo. Quer dizer, eu acredito que seja com todo mundo, uma vez que apenas recentemente passei a reparar nessas coisas de querer dizer uma coisa e da boca saírem outras palavras, com outra entonação. E devo dizer que com o agravante de uma despedida, ah, daí sim que a coisa toda desanda e se perde.

Mesma coisa com a Carol, quando caminhamos com ela até a porta do shopping, pra ela pegar o ônibus. "Já te dei a ficha", eu perguntei bem abobada, quando deveria ter dito que fico feliz de ver que ela está bem, ou pelo menos em vias de ficar bem.

E acho que é assim com todo mundo, mesmo, infelizmente. É horrível a sensação de engasgo, de ai, e agora, e o pânico de abrir a boca e a voz sair diferente do que eu reconheço como minha voz, e as palavras se atravessarem assim.

Prometo me tratar. Acho que tendo consciência dessa deficiência - inabilidade, incapacidade, ou disfunção, you name it - fica melhor de resolver. Deve haver algum 12-step program qualquer específico para expressão sentimental (hey, that's an idea!!) que eu possa seguir pra tentar melhorar.

Nesse meio tempo, você, que me lê, se me escutar lhe dizer autoritariamente "vê se se cuida" ou "avisa se está viva", ou qualquer coisa horrível deste gênero, tenha um tanto de compreensão e paciência. Até que eu aprenda a falar as palavras que realmente quero dizer (ou então encontrar uma forma de aparecerem legendas logo abaixo de do meu rosto, que mostrem a tradução do que eu digo, o que vier primeiro), saiba que o significado disso tudo é dizer que gosto de você, e que me preocupo, e que espero que possamos nos reencontrar o quanto antes.

Ufa. Até escrever sobre isso foi difícil. Agora me dá licença que eu vou ser fútil um pouquinho ali pra desopilar e já volto.

janeiro 21, 2008

The moon shines at my window


Nada melhor pra começar a semana do que ir dormir sabendo que, se eu abrir a janela, vou dar de cara com a lua!

janeiro 19, 2008

My Celebration - For Self Portrait Challenge

Today I had a lunch-date with some of my friends. There were 20 of us girls, and four didn't show up in spite of the r.s.v.p.! Still, the ones there almoust put the restaurant's staff crazy, but in a good way.
We all have met in different ways, and we all have different life styles and worklines, and interests, but we manage to find a common ground - even if it's a silly thing like enjoying ladybugs! - and be there for each other, in one way or another (and to think that some of those girls I've known for more than ten years and we still scream a little everytime we get together just like a bunch of teenagers makes it even more fun to be with them!). And, at the end, that's what friendship is all about! Since it wouldn't be fair to post one single picture, I just made a collage, so I could sum up the fun I had with them today.
Celebrating with friends:



But I can't forget the boy who lights up my day. He can be annoying sometimes, but even his annoyances are a particularity of him, and I know it wouldn't be the same without it. So instead of "leaving him", I take him whole, accepting the eventual "bump in road", knowing that even that is an important part of the fun. And, at the end, he gives me more reasons to laugh and be joyfull and feel beloved than anything else. And life becomes a sweet, adorable, celebration, through and through.

(You can tell by the smile on my face that's pure celebration!)

Oh, it's not over yet! There's still one good reason to celebrate. Ten years ago, this very January 19th, I was graduating from college, happy as I could be, glancing at the bright future ahead of me, the whole world waiting for me to conquer. (ok, ok, I won't start the "epopee" of everything that happened ever since, but thinking back about what I've done since my graduation -which, by the way, happened before the advent of digital cameras, leaving me with tons of photos to scan and digitalize - I'm glad with the results of my decisions, even if they brought me some pain along withe the learning) And I don't have any of my graduation photos in digital files, but I promise to work on that!


For Self Portrait Challenge - Celebrate!

This supposed to be a Friday #3 post, but, hey, maybe I've been out there living life so much - and, yes, celebrating it in every way that I can - that I got busy yesterday. Here in Brasil its midsummer, and I got caught into celebrating the weather, the summer holidays, and the fact that the sun doesn't go down until almoust 9 pm, giving me a great excuse to be out getting toegether with friends almoust everynight. Next month I promise to get on time!

I have to confess I was a little disappointed with our SPC break in December: I was very excited I would have to write about joy right on my birthday. But celebrating is also a very good theme and allows me to think about (and take pictures of) a much wider variety of events and reasons to be joyfull.

Inspired by a blog I recently came to know (3for365), I decided, as one of my New Year's resolutions, to come up with at least one good thing, everyday, to find out at least one reason to be gracefull and festive about my life. It's been not so easy as I thought, since I get so caught up in planning my tomorrows that sometimes I just disregard my present and the good things happening to me at the very minute I'm living.

And, from all the great pictures everyone send, showing all kinds of celebrations, I picked the ones that made more aware of the importance to live the present with all my attention and awareness. Also, the photos helped me realize that even a little thing can be a good reason or a good way to celebrate life.


Family bounds






(More of this photo in here)








Friendship







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A healthy, caring, trustworthy relationship (either a new or a long-time one!)







(More of this photo in here)












My body and how it's beautiful just the way it is









(More of this photo in here)

janeiro 16, 2008

Texto-presente: As Palavras















O texto abaixo eu ganhei de um amigo no meu aniversário. Eu achei tão lindo e emocionante, eu já tinha gostado antes, mas hoje ele me mandou por email, junto com uma mensagem dizendo que tinha encomendado pra mim um dvd com filmes da Pucca, pra alegria da five-year-old dentro de mim.

Especialmente hoje, num dia de chuva inesperada no meio da tarde e um espaço inimaginável de sem-palavras.


"As palavras pesavam. Escorriam pela mesa. Se dependuravam nos vasos pendurados ao teto. Batiam nas paredes. Caíam no piso, picavam, diluíam-se. Entravam e saíam das gavetas. Atravessavam as janelas de vidro. No lado de fora, defasavam-se. No lado de dentro, se derretiam. Eram engolidas pelas poltronas, pelas cortinas. Chocavam-se umas com as outras, pariam novas, tortas, desengonçadas. Multiplicavam-se. Misturavam-se. Nos cantos dos quartos elas sumiam. Na porta da sala, retornavam. Sentiam-se atraídas pelos livros das estantes. Da escrivaninha, eram caçadas. Fugiam, escamoteavam-se, voavam. Tomavam conta do lugar. Depois de um tempo, serenavam, gravitando próximo ao chão, cerração baixa, um tapete de letras, átomos, fina nuvem de signos e sons primordiais, dormindo. Até que os pés de uma menina, voltando do pátio, como pedras atiradas em um lago, novamente as acordasse, e elas tornassem a se espalhar, a se dar as mãos, a se unir e desunir, a saltar e celebrar pelo ilusório espaço da casa. Quando ela abria o caderno e pegava o estojo de canetas, fingiam ser capturadas. Gostavam mesmo era de se exibir, naquele palco branco e retangular, em um jorro ondulatório de danças ordenadas, gestos sinuosos e trajes multicores. "



É do Paulo Juner, meu vizinho de livro lindo. Obrigada, Paulo!

janeiro 15, 2008

E antes que eu esqueça!

A Paty, minha "ermã", está se formando!

Sim, nem parece, né, com a cara de guria de quinze anos que ela tem. Mas está. E vai ter uma mega-ultra festa pra comemorar.

Mais informações no site: http://www.formaturadapaty.blogspot.com/

janeiro 14, 2008

The heart of the matter




Saiu hoje no Jornal Nacional que os médicos já conseguem criar um órgão completo a partir de células-tronco.

Pelo que eu entendi, eles pegaram um coração de verdade, e excluiram tudo o que era músculo, deixando a "forma" das veias, artérias e outros tecidos em volta. Na foto parece que criaram mesmo uma fôrma, como se fosse um molde oco.

Em vez de cobre, como nas esculturas do Rodin, o preenchimento é feito com células-tronco, que começam a se reproduzir e "compreendem", pelo formato do órgão, o que é pra ser aquilo, e passam a criar os tecidos em volta das supostas artérias e veias. No caso do coração, começam, inclusive, a bombear o sangue. Fracamente, claro, mas é só porque é o início.

Inevitável perguntar se esse tipo de cirurgia promove um recomeço não só para a questão física do paciente como também sentimental, uma vez que é o coração o emblema máximo de sentimentos no simbolismo humano na totalidade (bem, maioria. Me lembro agora de ter estudado um povo, desses antigos, para quem o coração não estava ligado aos sentimentos. Mas, assim, posso estar enganada à esta hora da noite.) de povos e culturas.
E, indo mais além com o pensamento, seria possível imaginar um transplante de células-tronco com neurônios, principalmente os que armazenam as memórias indesejadas e ruins, tornando realidade o filme aquele em que uma empresa conseguia apagar lembranças específicas mediante solicitação do paciente, monitorando os caminhos das lembranças e o endereço de registro das vivências no cérebro. Claro que o método seria diferente do apresentado no filme, já posso ver a substituição de células específicas, e durante o tempo de reconstrução das sinapses, a pessoa passaria por um breve período de confusão e amnésia temporária, só o tempo de os arquivos das lembranças se reorganizarem e passarem para as células novas, que teriam em si espaços livres para novas memórias, novos registros, novos aprendizados.
Tá, é, muita viagem, eu sei. Mas até certo tempo atrás também achávamos coisa de ficção científica robôs, nanotecnologia e afins e hoje já é realidade. Quem pode me dizer que não será possível?
Ah, sim, e antes que alguém me pergunte, caso esse serviço de "apagamento" de memória, como no filme, ou de "substituição" de espaço de registro (que é como eu chamaria esse processo que envolve a troca dos neurônios com dados-memória que a pessoa não quer mais ter por células novinhas em folha com todo espaço disponível para novos registros), estivesse disponível, se eu seria uma cliente em potencial, não, eu não seria. Apesar de meus arrependimentos me trazerem sentimentos conflitantes - mágoas, tristezas, dores, raivas e afins -, não abriria mão de nenhum deles. Talvez um ou outro, de repente, em relação a decisões profissionais, uma ou outra palavra que eu gostaria de não ter dito.
Mas, ao fim da equação, se alguma dessas lembranças não estivesse em mim, se algum desses erros não tivesse me ensinado alguma lição importante, eu não seria quem eu sou hoje. E, sabe, eu gosto de quem eu sou hoje. Gosto do caminho, tortuoso e algumas vezes difícil, que me trouxe até aqui.
E por isso não mudaria nada. Muito menos meu coração. Mas fico contente com as possibilidades que essa experiência traz para muita gente.

janeiro 13, 2008

Keeping the faith

Nada como um dia depois do outro.

Nada como optar por ver as coisas de outra forma e, com isso, conseguir mudar o mundo.

janeiro 11, 2008

Reality bites

A vida é bem mais bonita e interessante na ficção.

A vida real pode ser muito, muito, muito chata, e ranzinza e amarga de se provar.

Não é à toa que Emma se matou. Ela se deu conta disso e encarregou Gustave (o Flaubert, se alguém ainda tem dúvidas.) de registrar e nos contar. Sim, porque até nisso ela pensou, em se matar, em fazer um grande escândalo e chamar a atenção e deixar a mensagem bem clara pra quem quiser entender: real life sucks.

A vida na ficção é sempre mais interessante, mais colorida, menos povoada, menos barulhenta, menos estressante.

janeiro 07, 2008

Ok, ok

Ainda não está perfeito. Mas já é um começo.

E como é bom ter sempre começos!

Em clima de mudança

Acho que cansei do verde.

Verde é muito 2007.

Acho que preciso de outra cor.

Sabe, quem disse que o laranja é o novo rosa estava completamente errado. Andam dizendo por aí que 2008 é o novo 1999. De repente estão certos.

Na dúvida, mudança de layout pra acompanhar a mudança de ano.

(alguma sugestão?)

Em clima de início

Voltei, oficialmente. Já estava em Forno Alegre desde a semana passada, mas em clima bem light, bem dolce far niente, bem férias. Nem escrevi no blog, nem escrevi em agenda, nem copiei telefones, nem aniversários, nem nada. Muito menos arrumei quarto ou armário. Acordei tarde, dormi tarde, dormi no meio da tarde (ô coisa boa!), vi vários filmes com Boyfriend, fui ao cinema, essas coisas todas boas de se fazer e que deveriam ser obrigatórias na vida de todo ser humano.

Como era início de ano, final de feriado, entremeio dos retornos, só não consegui encontrar amigas, coisa que está me fazendo falta, sabe. Mas isso já está sendo combinado.

Fora isso, tem a parte paraíso das férias. Ah, o paraíso! Sim, lá também chove, sabe, mas tudo bem, há sempre arco-íris pra enfeitar o céu depois que a nuvem passa. O Ano Novo foi passado divertidamente, de uma certa maneira contida, devo dizer, light, tranquilo, intenso e colorido, como eu desejo que este ano seja ao longo de todos os seus dias e meses. Prometo atualizar o flickr e me exibir nas fotos lindas (ehehehehe!) mais adiante. É ruim voltar, sabe, quando se passou dias tão gostosos e bonitos em outro lugar. Dá até vontade de jogar tudo pro alto e ir fazer bijuteria e vender sanduiche na beira da praia. Mas sou, hei, não se perca na narrativa, porque eu também não faço isso e logo vem um mosquito pra me morder e me trazer de volta à tona. Isso quando não é alguém caminhando desatentamente e me jogando areia. E nada me incomoda mais que areia. Bem, talvez mosquitos. E quando estão juntos então...

Continuando. Nesses dias de despressurização da cabine (os dias depois da volta do paraíso e antes do retorno ao trabalho) consegui arrumar algumas coisas, bem poucas, apenas o início, e já fiz a minha lista de desejos e objetivos para este 2008. São vários, e alguns bem pessoais, então nem vale a pena enumerá-los aqui. Basta apenas dizer que desejo que 2008 seja melhor que 2007. E que todas as mágoas, ressentimentos e fracassos, fiquem, por definitivo, em 2007. Pra que se trilhe 2008 bem mais leve, mais tranquilo, mais intenso e colorido, e que 2008 tenha apenas sentimentos bons, alegrias e sucessos e aprendizados. Pra todo mundo.