agosto 29, 2007

Mono-assúntica

Sei, sei, já estou cansando a paciência de um tanto de gente com essa história do livro. Já sei também que estou pisando em calos dos mais variados com essa coisa O Livro x Wikipedia. Até eu já estou cansando, mas agora o trem já partiu, babe, e não dá pra simplesmente pular agora, no meio da estrada, deixando malas, bagagens e tudo mais pra trás, sabe. Não dá.


Cabeça dura eu sou, eu sei, mas sei também que, de um jeito estranho e tortuoso, acabo sempre chegando na estação que quero.


No passado já tive diversas discussões a respeito disso, e o argumento que ouvia com frequência é de que não posso ir simplesmente fechando as portas, descartando "contatos", para usar a palavra certa (e aqui leia-se a tradução: sair falando o que eu penso e não engolir sapos e não ficar fazendo cena nem sorrindo amarelo para pessoas que eu acredito não valerem o oxigênio que consomem), porque o mundo dá voltas e blablabla e de repente eu venha a precisar justamente dessas pessoas, desses contatos que desperdicei. A única coisa que se passava na minha cabeça - e ainda passa, acabou de passar agora mesmo - é de que eu seria muito incompetente para precisar justamente das pessoas cujas opiniões ou atitudes desprezo.


Meto, diversas vezes, os pés pelas mãos, e cuido ainda mais o que falo porque sei que serei eternamente escrava das palavras que profiro, mas ainda prefiro mil vezes e mais proferir o que penso do que calar, baixar a cabeça e ceder a algo que não acredito ser correto.


Cresci ouvindo meu pai dizer que não adiantava eu ser uma sequóia grandiosa e firme se com um vento mais forte numa tempestade poderia rachar ao meio e deixar de existir, que eu deveria tentar achar meios de ser bambu, flexível e maleável. Acho que deve ser ter sido meio frustrante pra ele me ver tão sequóia num mundo de tantos furacões e vendavais. Paciência, o mundo também precisa das sequóias, sabe. E quando as sequóias se encontram e se agrupam numa floresta, elas se tornam ainda mais duradouras e perenes. Seculares.


Não há muitas sequóias à minha volta, é fato. É tão mais fácil ser bambu e ser levado, amaciado, dobrado até a curvatura limítrofe antes do estalido, da quebra, e por ser tão mais fácil, por requerer tão menos resistência, é a escolha da maioria. Pois eu não sou maioria. Quebro a cara, mordo a língua, arrependo-me e peço desculpas, porque essa é uma lição que já aprendi e não me encabulo de praticar. Mas não admito ser maioria. Não admito ser massa manipulável por ventos que mudam de direção conforme a estação, a inclinação do sol, a maré. Não admito para mim nada menos que ser sequóia.


Pra mim, e sou bem chata e inflexível quanto a isso, admitir ser menos do que posso ser, ou simplesmente topar o prêmio de miss simpatia para não ter que competir e, com isso, cair no risco de incomodar alguém, é depreciar toda a história da vida humana e da civilização. É depreciar o sangue derramado e as lutas e conflitos e sacrifícios feitos para que eu, hoje, tenha o direito de pensar livremente e agir e falar de acordo com esse pensar. E sim, há consequências de ser assim, eu sei disso, mas já não tenho medo delas.


O medo de que eu tenha que calar hoje uma palavra e acabar emudecendo para sempre amanhã é bem maior. Isso não dá pra admitir.


(e, só para concluir, como todos podem notar, o discurso discorreu sobre tudo e qualquer coisa, para bem além do assunto livro, mas sem sair do conceito geral. É o que me toma o tempo e o fosfato, e a dedicação e o pensamento, por enquanto, fazer o quê? É assim que sou, é assim que sei ser.)

Porque os absurdos nunca deixam de existir

(Resumo da notícia pra quem não tem tempo de ler mas quer apoiar: o que está acontecendo no Wikipedia Brasil é que se você não é o Paulo Coelho ou o Jota Quest, você não tem notoriedade suficiente para constar na enciclopédia, que está sendo mediada/controlada/podada por administradores/censores sem a mínima consciência de que o mundo pode ser maior do que o bairro deles. Enfim. Estou indignada. Revoltada. E acima de tudo disposta a defender o direito de qualquer um, seja o Paulo Coelho, seja eu, seja o ambulante da esquina, de dizer o que pensam e mostrarem ao que vieram, pelo simples fato de existirem. É aquela coisa, posso até não concordar com a tua opinião, mas vou defender até o fim o teu direito de tê-la.

Para quem tem paciência, vale a pena ler até o fim. Para quem, como eu, também é contra boicotes e censuras, ainda mais na internet e tem um perfil no Wikipedia, vale a pena entar lá e votar que sim, que o livro é relevante só pelo fato de ser livro, de ser texto, de existir. Ufa
!)

Copiado de Dani Langer, outra autora boicotada:

Ray Bradbury, em Fahrenheit 451 conta a história de um lugar onde os bombeiros não apagam incêndios. Eles incitam o fogo, para que o fogo queime livros. Numa sociedade que possui a aparência da felicidade em seu nível mais alto, a informação trivial é boa e o conhecimento e idéias são ruins. O Capitão dos bombeiros Beatty explica desta maneira, "Dê as pessoas competições onde eles ganham ao se lembrarem das letras das canções mais populares.... Não lhes dê a droga da filosofia ou sociologia que une tudo. Isso trás melancolia."

O livro de Bradbury se tornou um clássico pela assustadora e melancólica visão do futuro. Na internet, esse futuro está virando presente. Como não existe "a temperatura na qual os pixels pegam fogo", os moderadores de algumas comunidades virtuais, que se dizem livres - os atuais bombeiros da rede - abusam do direito de apagar, suspender, deletar, ou seja, incinerar assuntos que fujam daquilo que julguem pertinente. Isso está acontecendo na Wikipedia, "a maior enciclopedia livre" da web. Abaixo, transcrevo o manifesto "A falácia da liberdade do Wikipédia".
Esse manifesto está correndo o mundo virtual, real e qualquer mundo que possa existir. Leia, e se concordar que ninguém tem o direito de boicotar a livre expressão, por pura ideologia ou "gosto pessoal", divulgue.

A falácia da liberdade do Wikipédia

Tentando driblar os custos de uma publicação independente, os autores do Inventário das Delicadezas – antologia de contos de alunos da Oficina Literária do escritor Charles Kiefer - criaram uma estratégia de pré-venda que, além de bonita e criativa, é vantajosa para o leitor que queira pagar menos que o preço de capa.

Até aqui você leu o início do release de divulgação do tal livro, e vai perguntar, ok, o que isso tem a ver com o Wikipedia, a maior enciclopédia supostamente aberta a colaborações e inclusões com a livre participação de seus leitores. Explica-se: no dia 27 de agosto, procurando novas formas de divulgar o livro da qual participa, uma das autoras criou um perfil no Wikipedia Brasil e incluiu lá dois artigos, relacionados entre si. Um, chamado Vinte Pilas, com referência ao preço de venda do livro mais os postais antes do lançamento, já devidamente excluído pelo comitê de administradores, e o outro chamado Inventário das Delicadezas - falando do projeto do livro, de como os autores vêm trabalhando seus textos há meses e agora finalmente
conseguem, de forma independente, publicar - que está sob avaliação do tal comitê, composto de pessoas que já excluiram diversos artigos sobre artistas e bandas que julgaram irrelevantes por não serem conhecidos.

O que torna um artigo, um assunto, uma banda, um livro, qualquer coisa, relevante? E quem tem o direito de estipular os critérios dessa definição? Considerando-se que não estamos falando de nenhum dicionário de verbetes de um grupo social definido por sua profissão, como médicos ou advogados, em que a especificidade e a relevância são fáceis de definir, na web – no espaço democrático, anárquico e auto-governante que é a web – tentar criar parâmetros e limitações ao que é importante ou não, é, no mínimo, ridículo. Afinal, como é que um professor aposentado, que lê os clássicos e escuta jazz, só para criar um exemplo, poderá dizer qual banda local de rock é relevante para o restante da população? Como é que alguém pode avaliar estando de fora?

Como é que alguém se permite o direito de excluir um artigo do Wikipedia apenas porque não conhece o músico ou nunca ouviu falar dos escritores? Quanto ao artigo intitulado Vinte Pilas (em que a primeira definição era "gíria gaúcha para vinte reais"), sua exclusão da enciclopédia dita livre foi correta, uma vez que o banco de dados ali não se presta a divulgações comerciais, mas é certo colocar em votação passível de exclusão um artigo referente a um livro de novos e promissores escritores apenas porque "carece de notoriedade", conforme explicou o moderador (censor?) Dguy, na justificativa para querer a exclusão do artigo do site em que, conforme o próprio slogan diz, todos podem participar e colaborar.

Se você que está lendo isto agora acredita no direito de estar presente na maior enciclopédia ativa do mundo, talvez não pela notoriedade mas sim pelo simples fato de existir, por favor, entre lá no Wikipedia, procure por Inventario das Delicadezas e apóie a presença do artigo sobre o livro. Sabe-se lá qual futuro Kafka pode ser cortado e ter sua obra queimada da web só porque ainda não ficou famoso. E se isso não é censura, de repente está na hora de alguém ir lá corrigir o verbete para os administradores do site.

***

Fiquei pensando na frase do Beatty, e com ela na cabeça fiz uma busca rápida na Wikipedia.

Encontrei, em pouquissimos segundos:
- Paulo Coelho e toda a sua (hahahaha) obra.
- Sidney Sheldon e tudo aquilo que ele, e o grupo que escreve por ele, lançou.

Até aí, "dê as pessoas competições onde eles ganham ao se lembrarem das letras das canções mais populares..."

Porém, sempre acho que podemos encontrar algo PIOR na vida:
- Banda Calypso (claro, porque isso sim é notoriedade!)
- Bruna Surfistinha: artigo para ela, para o seu blog e para os dois livros publicados.

Creio que todo a porcaria citada tem o direito de estar na Wikipedia, afinal o portal é uma enciclopédia. E em enciclopédias escrevemos aquilo que foi (no caso, é) produzido pela sociedade. Não importa se o grupo produz arte, ou se produz lixo. Se contrói uma TABA ou ARRANHA-CÉU. As moradias indígenas lá estarão, assim como o Empire States.

Logo, por que em uma enciclopédia-viva, livre, não pode constar:
- o "Inventário das delicadezas" (ele é PIOR, ou é menos "produção social" do que "O Veneno do escorpião"?)
- traduções feitas com cuidado, que citam a fonte, mas que não foram feitas por amigos dos moderadores?
- o perfil de um músico que organiza grupos em comunidades carentes e com esse projeto contruibui para a inclusão social? (ele é MENOS músico do que os Calypsos?)

VERGONHA

agosto 27, 2007

Merchandalizando

Não sei se as pessoas já acessaram, pra conhecer um pouco mais do Inventario das Delicadezas, mas se entrarem no site verão uns pedacinhos de fotos em p&b, fotos lindas, que foram pensadas e realizadas com muito amor e suor e correrias pela cidade, como pelo parque às tantas da manhã no frio pra pegar o ângulo mais bonito de uma bola ou de um peixe, ou pelas sex-shops à procura da Catarina ideal (a que tem cabelos e é linda e está na foto). Sem contar com a parceria de amigos, conhecidos, comerciantes que cederam um pouco de seu tempo, seu trabalho, seu corpo e sua cama (no caso da foto da tatuagem! Valeu, Elisa, Cris e Rafa!) para que meus colegas e eu pudéssemos transformar um desejo, um anseio (uma necessidade do escritor, na verdade, sob ponto de vista de Flaubert.) em uma linda coleção de postais que serão seguidos por um belo exemplar de livro, com capa bonita e textos ótimos.

E digo textos ótimos porque são ótimos mesmo, são textos trabalhados em aula, na Oficina, há um ano, pensados e corrigidos. E não temos vergonha de dizer que estamos trabalhando esses textos há tanto tempo, porque acreditamos no preceito criativo que diz que a coisa é o que a coisa quer ser, cabendo a nós apenas o trabalho de lapidação até que o texto se mostre pronto, como quis ser desde o início, na nossa mente, ou no mundo das coisas ideias onde acontece a Criação.

E agora tudo isso - o sonho, as leituras, a criação, a elaboração, as caminhadas, as fotos, a produção, diagramação e impressão, culminando n'O livro - pode ser seu. O lançamento será lá em setembro, dia 28, mas quem comprar o livro até lá (quer dizer, quem comprar o kit-pré-venda, que inclui um vale-livro, a ser trocado a partir de 28 de setembro) além de pagar menos (míseros vinte pilas) leva junto a coleção completa dos postais. Muito barbada. Depois do lançamento, o preço de capa será R$29,90, e sem os postais!

Para os amigos: comprem comigo. Mandem email e a gente combina de se ver e tudo mais. Para os passantes, clicantes, linkantes que vieram parar aqui sabe-se lá como e se interessaram: em Porto Alegre o ponto de venda oficial é a Palavraria Livraria Café, que não tem site mas fica na Vasco, 165, quase esquina com a Fernandes Vieira; e os de fora, mandem email para inventarioliterario@gmail.com e peçam, estamos estudando sedex e afins para outros estados e tal.

Então é isso. E não tem nem a desculpa de que é um livro sem figura, e sem figura é difícil de ler, como eu já ouvi por aí. Tem dez postais lindos, que são belíssimas ilustrações de alguns dos textos dos livros. Se ainda não estão convencidos, entrem no site, olhem. Encantem-se!

(Para saber mais: no wikipedia, acesse http://pt.wikipedia.org/wiki/Inventario_das_Delicadezas)

agosto 24, 2007

Agora ainda mais exibida

Além da estréia oficial do SPC (não, gente, não é o grupo de pagode...), tem uma coisa que está me deixando super-hiper contente!


Hoje chegaram aqui em casa os postais da divulgação e pré-venda do livro da minha turma (esse mesmo que vcs me escutam falar desde o ano passado, finalmente!), que se chama Inventário das Delicadezas e já tem site oficial e tudo. Ok que o site não está lá muito completo ainda, mas prometo que este final de semana tudo se resolve.


Bem, o fato é que os postais ficaram quase tão lindos quanto os textos em si, e foram extremamente divertidos de fazer. Todas as fotos são de produção e captura da Dani Langer e minha. A pós-produção (que eu acho que deve ter sido mais trabalhoso que divertido) é toda da Dani.


Podemos então fazer oficialmente a contagem regressiva para o dia 28 de setembro, lançamento oficial. E, aproveitando, um momento de merchandising: na compra antecipada do livro, o leitor leva os postais e um bom desconto. E, sim, um vale-livro bem bonitinho pra trocar pelo livro de verdade, com os textos e direito a autógrafos no dia do lançamento!


ÊÊÊÊÊÊÊ! A foto abaixo é representativa do meu texto! A outra, lá no fim, é do texto de um colega. Lá no site tem (terá) todos.





For those who don't get Portuguese:


I'm happy not only because of my debut as a contributor in SPC, but also because the project of my book is really picking up. My classmates and I, in the Creative Writing workshop we take, have decided to choose three short stories of each and try to publish it. Independently, but published! Since last year we've been meeting and reading each other stories and coming up with ideas to raise the money to pay for all. So, we chose a story each and transformed the main idea of the story into a picture, and all ten pictures became postcards, that, along with a book-stamp (that you can trade for the actual book in the day of the official launch - by the way, it is correct to say "launch" about books? Would it be better to say premiere? Help!), you can buy with a better price, in a pre-sell discount campaign, sort of.



The upper picture is a reference to one of my stories. And the one bellow is to my friend's.



Exibida

Hi!

Minha primeira participação no SelfPortraitChallenge.net já está no ar!

Meu sais, como eu sou exibida!

Ehehehehe!

agosto 19, 2007

Quando casar, sara.

Vocês não tinham raiva quando, ao se machucar de qualquer forma, adultos diziam isso pra vcs? Eu tinha, muita raiva. Primeiro pela implicação de que minha dor não se resolveria imediatamente. Muito frustrante. Segundo porque, uma vez que eu tinha decidido desde muito cedo que não ia me casar, só conseguia concluir que essa dor que me atormentava e que não iria passar logo, não iria passar nunca. (Já havia decidido, bem cedo, que não iria me casar. Achava que não ia precisar.)



Então essa foi a sensação diante da resposta que recebi do médico quando, depois de esperar a semana inteira pra consultar, por causa do cotovelo machucado, da dor constante e da impossibilidade de agir normalmente com os dois braços ativos, perguntei a ele o que eu tinha, ou, nas palavras exatas: qual o nome disso, doutor, disto que eu tenho.



Ele gaguejou um pouco, provavelmente não entendeu o teor da pergunta, e ficou falando, indeciso, as palavras "bíceps", "luxação", "ligação com o antebraço", "tendão", "vai passar", repetindo-as de maneira desordenada e sem sintaxe nenhuma. Em suma, ele disse que iria passar, que eu poderia acompanhar a diminuição gradativa da dor. Ele não podia estimar o tempo da coisa toda, mas que iria passar.



Muito frustrante, especialmente pra alguém bem hipocondríaca como eu, sabe. Fiquei com raiva. Ele nem sequer me recomendou continuar com a medicação, e simplesmente disse que a dor desapareceria e um dia eu não mais sentiria, feito mágica. E isso tudo em menos de vinte minutos de consulta, depois de esperar horas para ser chamada, enfrentando crianças escandalosas e mães despreocupadas e mal-educadas.



Hmpf. A história da madrugada no pronto-socorro é bem mais divertida.

Spring Fever


(for Self Portrait Project)


Since we had a couple of warm, sunny days last week, giving us a break from wind, cold and non-stopping rain, I got it.


I began to look up the threes, and so did they. Spring is becoming a pattern everywhere I look. In little things, you can notice most of people got it too. Girls take their dresses and skirts to stroll around, and guys take of sweaters and heavy coats, trading to colorful shirts. Spring announces itself way before the flowers bloom and the branches green up and the cloudy days are just a Winter memory. Spring starts, at least for me, in those days, when the rain gives us a break, and the sun is warmer, and the wind blows softly as a wisper.


It is Spring when all the ice melts down, and the air is bright, and the colors seem more alive than ever. It is Spring when you feel renewed and deserving a fresh start, no matter how cold or sad or icy - or long - the Winter has been to you.


Spring can start with a thought, with a new-born green leaf , with a warmer breeze in a orange sunset. To me, started with a pattern of pink flowers in my shirt.


The cold wheather, with grey-rainy days has come back, but it doesn't matter. I get warm inside, I got the Fever, I got Spring in me.


agosto 14, 2007

O cotovelo direito e o cotovelo imobilizado

Sucintamente, caí.

Escorreguei, no chão super encerado do salão onde foi o baile de formatura do irmão da Pati B.

Caí em câmera-lenta, primeiro os joelhos e depois ia o rosto, mas tive o discernimento de girar o corpo. Pro lado esquerdo. Foi o cotovelo. E o pulso.

Agora dói. Dói pra dormir, pra ir ao banheiro, escovar dente, vestir a calcinha é uma tortura quando se tem apenas um braço ativo.

Mesmo que seja o direito e eu seja destra.

Nada de posts por enquanto. Demora pra escrever, dói o pulso, cansa o pescoço.
 
Por mais que eu queira, não rola digitar. Enfim, há de se ter paciência.

agosto 02, 2007

Porque com as amigas que eu tenho, pra mim todo dia é dia do amigo!

Considero-me uma pessoa de sorte no quesito amizades. É claro que não fiz as escolhas certas sempre, e algumas vezes confesso que errei feio no julgamento, mas no geral eu acerto. Não é todo mundo que eu deixo entrar na minha vida, sou bem chata mesmo num primeiro momento (até por causa dos maus julgamentos do passado), mas as pessoas que souberam me ver através da chatice do primeiro momento (algumas, devo confessar, da chatice do segundo, do terceiro momento, eheheheh) são as pessoas que eu guardo com carinho pela vida.


São flores coloridas, que se destacam diante das gramas feias e ervas rasteiras que se espalham pelo jardim.


É por isso que pra mim, todo dia é dia de comemorar as amizades. Melhor dizendo, por causa delas:

Ah, o dolce far niente (ou, Minhas Férias! )

As if.

Sim, tirei duas semanas de férias e tive apenas um dia só pra mim, pra não fazer nada. O que, de uma certa maneira, foi bom. Fiz várias coisas que tinha vontade, como caminhar à toa e sem rumo pela cidade, sob o sol, apenas caminhando e pensando e caminhando. Também consegui adiantar várias coisas do projeto do livro, ou, das "coisas que precisam ser feitas pra editar e publicar um livro bonito e bom". Também acabei me deparando com várias oportunidades legais de fazer coisas legais que, em princípio, não vão aumentar meu salário mas que farão de mim uma pessoa mais feliz. (Algumas das coisas eu já posso dizer, num próximo post, outras ainda não. Tudo a seu tempo, ou, como diria se estivesse num filme de ação, você saberá quando chegar a hora.)

So, translating, I had a couple of weeks of from work. And I used the free time to do a bunch of things I enjoy doing, but hardly can, because of work and other committments. I took some of the days (although it has been one of the coldest winters of the last ten or more years, and after almost a month of pouring rain, I got really lucky with the clean sunny sky) to walk around Porto Alegre, enjoying the city, taking lots and lots of pictures. Also, I used this free time to get ahead the book me and my classmates are getting done and published. Of course it's harder than we thought it would be, since we're going independent (meaning we're paying to get published, since we're not famous enough yet to get an editing company interested on us), but it's being fun. More details about the book as things get done.

E, perdida entre as "coisas que fazemos para aliviar o stress de estar vivendo em meio ao caos de uma reforma em casa" e as " coisas que não fazemos para conviver melhor com os familiares" e as "coisas que fazemos para manter a sanidade mental", sigo.

Das coisas que não fiz nesta pequena pausa, uma delas foi escrever. Nem aqui, como dá pra perceber pelo último post. Mas mantive a agenda sempre em dia, um misto de scrapbook com meu-querido-diário que resolvi retomar neste ano. Está me fazendo bem, ajuda a organizar as idéias e a cronologia dos fatos.

Outra das coisas que não fiz foi continuar a dieta. A mente é mais poderosa que a razão e a palavra férias de trabalho se estendeu automaticamente para férias de tudo. Desaprendi horários e compromissos, alguns deles comigo mesma.

Incluída na série "coisas que me fazem bem fazer" e que consegui update nestes dias foi tirar bastante foto. Boyfriend e eu fomos pra Barra do Ribeiro, num final de semana de muito muito muito frio. Mas estava lindo, com céu claro, e caminhar por ruas nunca dantes - por mim - navegadas e tirar várias fotos sem me preocupar com nada (além da cidade estar quase vazia, as poucas pessoas que, como eu, ainda vagavam pelas ruas sequer se importavam comigo, pois sabiam que eu era "estrangeira". Dessas coisas de cidade pequena em que se conhece todo mundo). Achei o pássaro morto no chão que existe no meu conto "Vai Entender", que ainda não foi publicado porque estou esperando o resultado de alguns concursos, entre outras fotos legais. Soon to be available no flickr.

Ainda nesta série, vi vários capítulos das minhas séries favoritas, fiz vários contatos e tomei algumas decisões. Uma delas bem importante: I've decided to go very public with this blog, ou melhor, decidi tornar oficialmente público este blog. Alguns vão me perguntar, ah, mas por que tu não nos avisou antes? Insegurança, pura e simples. E também auto-preservação. Exposição é para fotos, é para quadros, é para móveis, ou filmes, não para mim.

Bem, a outra razão da decisão de expor minhas opiniões e visões do mundo (sim, porque a minha vida continua não sendo pública, bem pelo contrário. É classified information, eu diria. Com direito a senha para entrar e prova classificatória, mas já divago, voltando.) é que estou oficialmente participando do projeto Self Portrait Challenge, como colaboradora nas Fridays Pics, e é por isso também que alguns dos posts serão em inglês. Pretendo fazer em inglês e português, mas não prometo.

E para encerrar este super-longo post, praticamente uma redação de volta às aulas com o tema "minhas férias", uma foto. Self-made. A refletion of myself in my computer screen. Sort of what I intend with this blog: to show just a part of me in a virtual world, just a glance, a refletion.